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Mariana Vitória - Papo de Escritor

Autora de Sob a Capa Vermelha - Vencedora do concurso de 10 anos do selo Galera da editora Record


PERFIL


Nome Completo: Mariana Vitória da Silva

Nome literário: Mariana Vitória

Editora: Pro Sob a Capa Vermelha, foi a Galera Record

Natural de: São José dos Campos / SP

Atualmente mora em: São José dos Campos / SP

Aniversário: 23 de maio

Estado civil: Casada com a escrita

Ocupação atual: Escritora e estudante de psicologia

Livros publicados: Por enquanto, só o meu primogênito, Sob a Capa Vermelha

Filme favorito: Atração Mortal

Seu estilo musical: Curto muito indie, instrumental e broadway


ENTREVISTA

Blog Vida de Escritor - Eliaquim Batista: Você foi a vencedora do concurso de 10 anos do selo Galera, da editora Record com o livro “Sob a Capa Vermelha”. Conta para nós, como surgiu essa ficção, quanto tempo durou a escrita, enfim.

Mariana Vitória: Comecei Sob a Capa Vermelha em julho de 2013, com só catorze anos. Escrevi e reescrevi cerca de sete versões até chegar no resultado final, alterando o texto drasticamente em algumas partes, e em outras, mexendo em alguns detalhes. Estava terminando de escrever os últimos capítulos da sétima versão quando soube do concurso, e então, corri pra terminar e revisar junto com uma empresa júnior na Unicamp, a Odisseia. Foi um mês corrido pra terminar e polir o texto antes de enviá-lo pra Galera, mas no fim, valeu a pena.



BVE (Eliaquim Batista): E valeu muito a pena, não é?

Como ficou sabendo do resultado? Eles ligaram pra você? Foi por email? E qual foi a sua reação?

Mariana Vitória: Sim! Sou muito grata.

Os resultados foram divulgados nas redes sociais, e também me mandaram um email, que só vi depois. Descobri que tinha ganhado assistindo o vídeo do anúncio no Facebook; chorei, ri, gritei muito! Contei pra minha irmã, que morava comigo na época, e liguei pros meus pais para contar a notícia.

BVE (Eliaquim Batista): A quanto tempo você escreve? E “Sob a Capa Vermelha” não foi especial para o concurso, certo? Pois é uma trama muito bem construída e bem feita para ser feita em um período rápido como o de um anúncio de um concurso, não é?

Mariana Vitória: Escrevo desde criança. Fazia meus livrinhos em casa grampeando folhas sulfites juntas, escrevendo a história e obrigando meus pais e amigos a lerem. Sempre amei histórias e sempre fui incentivada a ler, então, foi tudo muito natural.

BVE (Eliaquim Batista): A sua trama, foi muito bem construída e rica em detalhes. Você usou alguma técnica específica para isso?

Mariana Vitória: Obrigada! Há muito estudo e técnica por trás do livro, e também muita tentativa de erro. Na questão da construção de mundo era importante para mim que os diferentes reinos tivessem culturas realísticas, diferentes umas das outras, e que facilitassem a imersão do leitor. Usei como base algumas culturas do mundo real, misturando e dando um tratamento fantástico pra alguns aspectos. A religião é uma grande influência pros reinos que aparecem no livro, e então, tive que pensar em como as coisas seriam em um mundo de religião mais matriarcal e aberto a relacionamentos LGBT, por exemplo, versus em um reino mais clássico e conservador. Cada escolha de topônimo, descrição de paisagem e arquitetura, festivais e costumes (como o casamento, que é notavelmente diferente entre Tergaron e Gizamyr), e nomes de personagem foi feita de modo calculado e planejado pra construir culturas convincentes.

BVE (Eliaquim Batista): Na historinha infantil da chapeuzinho vermelho, a busca da menina doce, é para salvar a vovozinha. Na sua trama, Norina luta para salvar sua própria mãe adotiva. Certo? Fale um pouco sobre a trama e o enredo de Sob a Capa Vermelha.

Mariana Vitória: Isso mesmo. Sob a Capa Vermelha foi escrito com base no mito de Chapeuzinho Vermelho, e conta a história de Norina, uma meninaque cresceu confinada em um casebre com a mãe no reino medieval de Teragaron, sem nunca conhecer o mundo exterior. Ela é uma Indomada – tem dentro de si um espírito de lobo que torna seus sentidos mais aguçados, e principalmente, lhe permite “ver dentro das pessoas”. Para sua proteção contra as temíveis Domas, cerimônias onde Indomados são mortos em piras, Norina precisa se esconder. No entanto, quando sua mãe desaparece misteriosamente, ela deve sair pela primeira vez e resgatá-la através de um acordo com a cruel Viira, uma rainha milenar com planos ambiciosos, ultrapassando todas as barreiras para defender a única família que já conheceu.

BVE (Eliaquim Batista): Acho muito bacana como você colocou Norina não sendo indefesa quanto a dos contos de fada. Mesmo sabendo que foi uma inspiração, o que ela tem de diferente da menina dos contos de fada?

Mariana Vitória: A Nor precisou crescer e aprender muito em um curto espaço de tempo, e eu tive tempo para explorar o seu crescimento, ao contrário do conto original, que pelo próprio formato não é muito propício para desenvolver uma personagem complexa. Uma grande diferença entre a Chapeuzinho e a Norina é que o conflito de Nor está, literal e figurativamente, dentro dela. Ela é o lobo, e é isso que desencadeia todos os eventos da trama.

BVE (Eliaquim Batista): Agora vamos falar um pouco sobre você.

Segundo o site do Grupo Editorial Record, você é escritora, cosplay, desenhista, bailarina e tocadora de ukelele. E hoje você ainda me revelou que é estudante de psicologia, tem tempo pra tudo isso? (risos)

Mariana Vitória: Eu amo contar histórias, e cada forma de arte é uma maneira diferente de fazer isso. Não sinto que as atividades entrem em conflito; elas se complementam, na verdade. A escrita hoje ocupa a maior parte do meu tempo, e no tempo que sobra entra uma sessão de escrita ou outra. Exploro meus outros hobbies. É sempre bom para obter uma perspectiva nova das coisas, e para me inspirar.

BVE (Eliaquim Batista): "Eu sei escrever livros. Mas sou péssima nas redes sociais. [...] Falo sempre que queria ter sido um escritora no século passado."

São palavras suas em seu Instagram.

Me explica isso, menina!

Mariana Vitória: (risos) É uma frustração minha com a parte comercial e também a falta de anonimidade. Queria que meus livros bastassem, que falassem por mim. Entendo a importância de criar uma conexão com meus leitores e realmente amo conversar com eles, ler resenhas, fazer encontrinhos. Mas às vezes, a autopromoção é bem cansativa, especialmente para mim, que não tenho experiência ainda. Me parece um pouco anti-natural.

BVE (Eliaquim Batista): Um passarinho me contou que você é apaixonada por “Game of Thrones”, isso procede?

Mariana Vitória: Procede! Os livros são o melhor da fantasia atual e admiro demais o autor, George R.R. Martin. Tenho até uma tatuagem homenageando As Crônicas de Gelo e Fogo.

BVE (Eliaquim Batista): Ela é fã de carteirinha mesmo!

No seu Instagram você mostra que tem trabalhado em seu segundo livro. E aí? Quando ele sai?

Mariana Vitória: No momento, estou revisando e procurando uma editora. Não está nas minhas mãos, infelizmente!

BVE (Eliaquim Batista): Estamos na reta final da entrevista

Por que seu livro deve ser o próximo a ser lido e mais nenhum na face da terra?

Mariana Vitória: Não sei se mais nenhum deve ser lido, pelo contrário! Mas o Sob a Capa Vermelha é uma fantasia épica, gênero ainda escasso no mercado nacional, e além de uma leitura emocionante e de tirar o fôlego, cheio de reviravoltas, dramas políticos e mundos ricos a serem explorados, trás também questões importantes como o machismo, a diversidade, romance LGBT, intolerância religiosa e outros. Um prato cheio para amantes de fantasia e também de releituras (e também tem uma capa linda e traz um mapa dentro! Hahaha)




Obrigado pela atenção dispensada e pelo carinho, Mariana! =)



Por Eliaquim Batista






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