top of page
Buscar

Listas e lançamentos | PARA QUEM SÃO AS COTAS RACIAIS?

Diversas pessoas se revoltaram no fim da semana passada após viralizar que Matteus Amaral se declarou preto para usar da política de cotas e ingressar no curso de Engenharia Agrônoma na Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha (IFFar), em 2014. O ex-BBB se pronunciou através de nota em seu Instagram onde afirmou que a inscrição não foi feita por ele, e sim, por outra pessoa.



Na época em que Matteus foi aprovado no vestibular, o estudante deveria fazer um documento onde se autodeclarava naquela categoria de cota. No caso dele, preto. Hoje, isso não teria acontecido, ou não deveria acontecer, pois após a aprovação no curso escolhido, o candidato passa por uma banca examinadora que alegará se a pessoa se enquadra naquilo que alegou no momento de sua inscrição.


Mas a grande questão que fica é a seguinte: Quem tem o direito a lei de cotas?  No programa global, o vice-campeão da edição sempre disse ser de origem humilde, tanto que quis participar do programa para ajudar especialmente irmãos, mãe e avó. Não teria ele o direito de se candidatar como cotista?


O professor universitário da Unesp Araraquara Dagoberto José Fonseca, explica isso com precisão em sua obra “Políticas Públicas e Ações Afirmativas” o seguinte:

 

“Promulgada em 29 de agosto de 2012, a Lei n. 12.711, chamada de Lei de Cotas, ‘garante a reserva de 50% das vagas nas universidades e instituições federais de ensino técnico de nível médio para pretos, pardos, indígenas, pessoas com deficiência e estudantes de escola pública’ (Mota, 2023). Ela garante a reserva de 50% das matrículas por curso e turno nas unidades educacionais federais e nos institutos federais de educação, ciência e tecnologia a estudantes provenientes do ensino médio público.”

Pág. 133

 

A obra do antropólogo acaba de ganhar sua segunda edição pela Selo Negro Edições. Havia o acaso escolhido a melhor hora para a obra ser lançada para conscientizar cada brasileiro sobre o assunto?


O livro será comentado na lista dessa semana, que segue abaixo, mas vale ressaltar que o tema ainda precisa ser muito debatido em diversos ambientes, pois boa parte da população é contrária ao incentivo que foi revisto e readequado no ano passado pelo presidente Lula.


Mas vale deixar aqui o recado que historiadores de renome defendem a lei de cotas raciais no Brasil, principalmente o nosso passado escravocrata. Mas outras vertentes também defendem o incentivo, como institutos estatísticos, sendo um exemplo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), como estudiosos, como Marcelo Paixão que através de análises e testes do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro, conforme informado por Fonseca na nova edição de sua obra.



Com isso, a lista dessa semana é especial: Vemos aqui cinco lançamentos de obras que apresentam a quem lê a luta pela igualdade racial, ou como infelizmente nossa sociedade distingue as pessoas pela cor de suas peles. Mas ao ler um ou mais desses títulos, a certeza que fica é que você será uma pessoa, pelo menos um pouquinho antirracista.

 


Um guia essencial para educadores comprometidos com a eliminação do racismo nas escolas. Na 7ª edição revista e atualizada, organizada por Eliane Cavalleiro, autoras negras exploram profundamente as estruturas do racismo no ambiente escolar e apresentam métodos para promover um ambiente educacional inclusivo. O livro, um clássico desde 2001, aborda temas contemporâneos como formação de educadores antirracistas, legislação educacional e letramento racial, destacando-se pela relevância contínua e pela análise crítica das desigualdades educacionais no Brasil.

Gênero: Ciências Sociais | 160 páginas | Adquira seu exemplar

 


A maneira pela qual as imagens nos afetam é condicionada por esquemas visuais – em geral nada inocentes – que nos foram transmitidos, e que carregam uma interpretação específica daquilo que é representado. Em Imagens da branquitude, Lilia Moritz Schwarcz analisa uma iconografia múltipla, do século XVI ao presente, passando por mapas, monumentos públicos, fotografias, publicidade, e, a partir do exame detido desses testemunhos, identifica como são atravessados por práticas racistas, buscando “desnaturalizar” essas concepções.

Gênero: História | 480 páginas | Adquira seu exemplar


 


Um guia essencial para educadores comprometidos com a eliminação do racismo nas escolas. Na 7ª edição revista e atualizada, organizada por Eliane Cavalleiro, autoras negras exploram profundamente as estruturas do racismo no ambiente escolar e apresentam métodos para promover um ambiente educacional inclusivo. O livro, um clássico desde 2001, aborda temas contemporâneos como formação de educadores antirracistas, legislação educacional e letramento racial, destacando-se pela relevância contínua e pela análise crítica das desigualdades educacionais no Brasil.

Gênero: Educação | 176 páginas | Adquira seu exemplar

 


As crônicas, cuidadosamente selecionadas e organizadas, abordam temas cruciais relacionados ao racismo e às assimetrias raciais presentes na sociedade brasileira. Desde o "colorismo" até casos impactantes de violência racial, o livro mergulha fundo em questões que muitas vezes são evitadas ou negligenciadas.

No entanto, mesmo diante da gravidade dos temas tratados, o livro apresenta uma abordagem leve e perspicaz, usando a crônica como ferramenta para explorar nuances, provocar reflexões e, ao mesmo tempo, oferecer esperança e inspiração para mudanças, principalmente para o público jovem.

Gênero: Crônica | 144 páginas | Adquira seu exemplar

 


Formado por 59 poemas, o livro é dividido em três capítulos, sendo: Fome, Café expresso e Arroz, feijão amor e carinho. Publicado pela editora Baderna com apoio do Fomento à Cultura da Periferia, a obra reflete as vivências da negritude, periferia e conquistas pessoais através da sensibilidade poética do autor. Integrante do Slam do 13, coletivo atuante há mais de uma década, Santos Drummond eleva sua poesia além dos saraus de São Paulo, explorando temas como família, amores plurais e transformação pessoal. Cada verso lapida memórias do passado, oferecendo ao leitor uma visão profunda das cores e dores do mundo. Esta obra não deixa ninguém indiferente à potência e à autenticidade de sua mensagem poética.

Gênero: Poesia | 104 páginas | Adquira seu exemplar



E vale citar que essa última obra, terá um lançamento presencial na Casa Baderna (Av. Guarapiranga, 2376 - Sobreloja - São Paulo / SP), no dia 29 de junho de 2024, sábado, às 19h, onde além de autografar a obra, o slammer organizará um belo evento com direito a sarau e música ao vivo.

Sua obra é um item essencial na prateleira de qualquer um, “o livro é para as pessoas negras se sentirem representadas e as pessoas brancas entenderem o lugar de coadjuvante que elas têm quando o assunto for negritude”, comenta Santos Drummond que conseguiu a publicação do livro através do projeto “A poesia é compromisso”, do coletivo Slam do 13.

 

Fontes sobre o caso do ex-BBB Matteus Amaral: Metrópoles | Revista Quem


Abraços Literários,


Comments


bottom of page