Após a virada de um novo ano, após a festança, que todos nós conhecemos, um fato natural da humanidade simplesmente desaparece sem deixar vestígios ou recados. Não existe mais vestígios ou registros de morte no país onde se acontece o enredo de “Intermitências da Morte” de José Saramago.
Seria o fim de deixar nossos entes queridos? Não termos mais a saudade que todos sentimos, como expressou tão bem na canção de Tim Maia: “[...] Quantas saudades eu senti / E de tristezas vou viver / E aquele adeus não pude dar [...]”
Mas as grandes questões são do coletivo, são as questões sociais. Como por exemplo, as superlotações nos hospitais, casas de repouso e asilos. Igrejas não fazem mais sentido, pois sem morte, não há como pregar a ressurreição ou o Reino dos Céus.
O autor português tem um jeito peculiar e uma marca própria de escrita onde brinca com as vírgulas, pontos e palavras, logo é necessária toda a atenção e degustação de cada parágrafo, pois em um único parágrafo, podem-se encontrar diversos diálogos sem um único ponto ou abre aspas. Em outras palavras, um jeito Saramago de ser, esse jeito que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Literatura.
Sempre em seus livros, ele traz uma crítica social de uma forma bem ilusória, nessa obra, a morte tirando férias, nisso, Saramago faz com que o leitor pense em como a sociedade é formada.
Com a morte se ausentando da sociedade, uma “máphia” é criada que consegue fazer um tráfico da morte, o governo proíbe os habitantes do país de passarem das fronteiras da nação, proibindo o direito de ir e vir.
Saiba o que acontece nesta ficção lendo “As Intermitências da Morte” de José Saramago.
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