Uma imersão na vida e carreira de um dos maiores compositores brasileiros, retratada em um musical de grande estilo.
O musical "Belchior - Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro" é uma celebração vibrante e comovente da vida e obra de Antônio Carlos Belchior, ícone da Música Popular Brasileira, falecido em 2017. Após um tour em grandes cidades do país, a temporada paulistana acabou no último domingo, dia 21, depois de ficar em cartaz no Teatro Bravos.
O espetáculo conquistou o público jovem que não conhecia a carreira do cearense e com uma abordagem poética e filosófica, fez com que cada fã do músico revivesse as alegrias e memórias de Alucinação e Como nossos pais.
Sob a direção de Pedro Cadore, o musical traz uma narrativa envolvente construída a partir de entrevistas do próprio Belchior. A dramaturgia apresenta reflexões do artista sobre um mundo em constante mudança, proporcionando ao público um vislumbre profundo de sua mente criativa. Pablo Paleólogo interpreta magistralmente Belchior, enquanto Bruno Suzano dá vida ao "Cidadão Comum", uma figura presente nas canções do compositor, representando um alter ego simbólico. Será ele "um sujeito de sorte"?
Créditos: Ivana Mascarenhas
A música ao vivo é um dos pontos altos do espetáculo, recriando clássicos como "Apenas Um Rapaz Latino-americano", entre outras. A performance dos músicos eleva a atmosfera do musical, transportando os espectadores para o auge da MPB.
O musical vai além de uma simples retrospectiva da carreira de Belchior. Ele é um convite à reflexão sobre a atualidade política e social brasileira, resgatando o discurso transformador que o poeta acreditava ser essencial à arte. Em tempos de incerteza, a mensagem de Belchior ressoa com ainda mais força e relevância.
A produção conta com a aprovação da família de Belchior, o que é essencial e infelizmente raro em casos de artistas já falecidos e até mesmo vivos. Fatos assim não acontecem só no teatro, mas em outras áreas da dramaturgia, como o caso da série O rei da tv (Star Plus), onde a família de Silvio Santos aponta erros crassos na produção.
Mas diferente do episódio da família Abravanel, a produção do eterno compositor de Como nossos pais, Camila e Mikael Henman Belchior, filhos do artista, expressaram sua gratidão ao diretor, toda a equipe do musical e parabenizaram toda a equipe.
Encerrada sua temporada em São Paulo, "Belchior - Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro", estará entre 9 e 11 de agosto em Salvador (BA) e encerrará, pelo menos por ora, a turnê.
Mas os palcos do Brasil, especialmente os paulistanos, gritam pela volta do musical que deixa vivo o legado de Belchior, o músico que trouxe em seus versos uma mensagem atemporal. Com isso, abro parênteses para outro compositor para dizer que "O show tem que continuar" para tocar profundamente os corações e mentes dos fãs de todas as idades desde saudoso brasileiro.
Enquanto isso não acontece, indico a leitura do livro BELCHIOR, APENAS UM RAPAZ LATINO-AMERICANO, do crítico musical Jotabê Medeiros e editado pela Todavia.
Siga agora o espetáculo no Instagram: @belchioromusical
Os ingressos para as apresentações de Salvador já estão disponíveis (SYMPLA).
*Foto de cartaz e capa: Cris Machado
Abraços Literários,
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