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Peça: "Eu Amarelo: Carolina Maria de Jesus"

No dia 07 de junho teve estreia a peça Eu amarelo: Carolina Maria de Jesus, que trata da vida e da obra da ex-catadora de papel, que apesar de ter se tornado um fenômeno editorial com o best-seller “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, nos anos 1960 teve um final de vida miserável e foi "apagada" dos estudos de literatura no Brasil.


Foto: Alvaro Riveros

A peça teatral apresenta um retrato contundente da ex-catadora de papel que se transformou em uma das maiores escritoras negras do país. Carolina Maria de Jesus devotava a sua vida a um propósito: o amor à literatura que a fez tirar do lixo as palavras, e das palavras, uma forma de combater as desigualdades do mundo. Não à toa Carlos Drummond de Andrade a considerou "a mais necessária e visceral flor do lodo".

O livro Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, Best-seller com mais de um milhão de exemplares vendidos, traduzido em 13 idiomas para 80 países, serviu como base para a adaptação teatral e evidencia as inquietudes sociais e as experiências emocionais de quem vive em situação de carência. A obra aponta a trajetória ímpar da escritora que deixou mais de 4.500 páginas em seus manuscritos, ainda à espera de publicação. O texto é composto por fragmentos do amplo legado de Carolina que inspira autores como Conceição Evaristo e Elisa Lucinda.

A obra de Carolina Maria de Jesus foi redescoberta na década de 90, graças ao pesquisador brasileiro José Carlos Sebe Bom Meihy e do norte-americano Robert Levine. No exterior, porém, ela nunca deixou de ser lida e estudada, sobretudo nos EUA, onde Quarto de Despejo, traduzido como Child of the Dark, é utilizado em diversas escolas.

Cyda Moreno, atriz que dá voz a Carolina, observa que "das entranhas de suas múltiplas misérias e de seus múltiplos talentos; da sua fome de comida, de espaço, de justiça, de igualdade e de democracia, Carolina extraiu poesia e lirismo para fazer ressoar as misérias do povo da favela."

Segundo Cyda, a literatura de Carolina é peculiar e recheada de palavras rebuscadas e profundas que refletem as inúmeras fomes do nosso povo por espaço, dignidade, reconhecimento, oportunidades e respeito.

O Espetáculo fica em temporada no Teatro Mínimo do Sesc Ipiranga de 7 a 29 de junho, de quinta a domingo.

Horários: Quintas e Sextas às 21h30 | Sábados às 19h30 | Domingos às 18h30

Ingressos: Inteira R$ 20,00 | Meia: R$ 10,00 | Credencial do SESC: R$ 6,00

Duração: 70 min

Classificação: 16 anos

Local: Sesc Ipiranga (R. Bom Pastor, 822 - Ipiranga, São Paulo)



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