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Peça "O Ovo de Ouro" chega em sua 2ª Temporada

Qual foi a primeira vez que você ouviu falar em Adolf Ritler? Só não vale dizer que não conhece o homem de bigodinho que deixou o mundo um pouco mais triste.

Não sabe quem é? Não tem problema. Mais fácil. Sobre a segunda guerra mundial você já ouviu falar, não já? Lembra quando foi que isso aconteceu?

A primeira vez que escutei foi em um filme que tinha um personagem que eu amava na minha infância, o Mr Bean, e em parte do filme aparecem veteranos desse episódio da história mundial.

Para outros, foi no clássico filme, que na verdade é livro "O menino do pijama listrado".

Já para Luccas Papp, autor da peça “O Ovo de Ouro”, foi do lado de sua avó naquele programa meio jornalístico, meio entretenimento de Domingo à noite. Ainda pequeno, ele disse ter ficado revoltado por um homem ter excluído todo um povo devido sua crença e criou um ódio e toda uma guerra mundial.

Adolf Hitler era contra os judeus e criou campos de concentração, um deles em Auschwitz, na Polônia, com o objetivo de exterminar todos os judeus que conseguisse e assim criar um povo de sangue puro, a raça ariana, como ele dizia, sem mistura de sangue, que para os nazistas seriam perfeitos.

Nesse cenário é que os amigos judeus Dasco (Luccas Papp) e Sándor (Leonardo Miggiorin) trabalham de forma forçada em um campo de concentração. Eles levavam, principalmente mulheres e crianças, para chuveiros do local, mas não para um banho e sim para a própria morte em uma câmara de gás. Após o triste fato, eles tiravam os corpos e os queimavam. Esse era o trabalho dos Sonderkommandos.

O figurino dos dois é maravilhoso. Creio que é o mais bem representado para dois judeus da época que eu já vi! Vestígios de listras, a estrela de Davi no braço e tudo muito velho e rasgado. Fora que os olhares tristes e distantes de Papp e Miggiorin deixam o palco e a plateia como se o local fosse mesmo parte de Auschwitz.

Nisso, vê que trata-se de recordações de Dasco, na realidade ele já está idoso (Sérgio Manberti) e dá seu depoimento para uma jornalista (Rita Batata). Tipicamente judeu: barba, suspensório e o famoso kipá. Ele narra suas tristes lembranças na sala para a profissional que o escuta sabiamente.

É possível ver desde o primeiro momento da peça a vitalidade de Manbert. Como é um belo ator e como atua maravilhosamente bem e incorpora o personagem seja na fala, na gesticulação e na interpretação. Enfim, senti mesmo que fosse o depoimento de um sobrevivente do holocausto.

Ao voltar para o plano da lembrança, uma mulher é encontrada por Dasco no dormitório. O que ela faz ali? Qual seu objetivo? E por qual motivo se esconde? O que ele irá fazer com a moça? Ele a entregará para o comandante Weber (Ando Camargo)?

Desde o início, esse comandante em sua interpretação singular mostra quem eram os nazistas, o que sentiam e a quem serviam. O personagem foi muito bem construído e eleva Hitler como se ele fosse um deus. Principalmente em uma fala que diz se referindo a Dasco e os judeus:

“Vocês são a lama! Hitler é a mangueira! Eu sou a água!”

O surpreendente é que a trama foi escrita quando Luccas Papp tinha 21 anos. E com essa idade o interessante é o quão bem construída ela é! Tão boa ela é, que no próximo dia 31 de janeiro a peça entra em sua segunda temporada no Teatro Porto Seguro e o jovem está na lista da revista Forbes como um dos jovens influenciadores com menos de trinta anos.

E ainda em 2020 o jovem pretende estrear outra peça, também escrita por ele, intitulada “O Canto de Ninguém” que conta com direção musical do maestro João Carlos Martins.

Mas e o ovo de ouro? O que é? Será que irá ser alcançado ou já foi? E o Dasco idoso com a jornalista? Por que e para que ele dá seu depoimento e suas lembranças?

Vale a pena ir ao teatro e assistir a segunda temporada de “O Ovo de Ouro”!

O elenco e toda a equipe estão de parabéns! Foi uma peça que me emocionou e como o próprio autor já disse: “Para que não se repita!”


Não perca a oportunidade de assistir a peça! Clique aqui e compre já seus ingressos para a segunda temporada!


Dicas de leitura para conhecer melhor o período da Segunda Guerra Mundial:

Box - A Segunda Guerra Mundial - 3 Volumes

O Homem que venceu Auschwitz - Denis Avey e Rob Broomby

O Pavilhão dos Padres - Guillaume Zeller

O Pianista - Wladislaw Szpilman


Confira as fotos que tirei com o elenco:



Por Eliaquim Batista

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