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Resenha | IRMÃ DULCE, de KARLA MARIA | Paulus Editora

"Basta puxar uma conversa na rua, no transporte público, num táxi com um bom baiano ou baiana para conhecer histórias sem fim sobre Irmã Dulce, algumas impossíveis de ser verificadas"

p. 29


Segunda filha do casal Augusto Lopes Pontes e de Dulce Maria de Souza Brito, Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, nasceu em 1914 em Salvador (BA). Provavelmente você esteja se perguntando, mas não, o Anjo Bom da Bahia nem sempre se chamou Dulce.


No livro Irmã Dulce, de Karla Maria (Paulus Editora), o leitor descobre que Maria Rita recebeu este nome quando fez os primeiros votos como Irmã, isso acontece em algumas congregações religiosas, e o nome foi em homenagem a sua mãe, que faleceu quando nossa Santa tinha apenas sete anos de idade. Com isso, ela e seus irmãos foram criados pelo pai e pelas tias Georgina e Maria Madalena.



Toda sua família sempre foi muito religiosa e desde cedo nossa querida freira aprendeu a amar Jesus e fez parte do Apostolado do Coração de Jesus e criou uma devoção especial por Santo Antônio. E foi a partir dos serviços sociais que criou um amor incondicional pelos pobres após encarar a miséria de perto.


Sentiu muito cedo o chamado de estar próxima de Jesus e dos necessitados, pediu para entrar no convento de 13 para 14 anos, não se sabe a idade exata, mas foi recusada por ser muito nova, mas a vocação e o desejo de entregar toda sua vida a Cristo, ficou guardada em seu coração!


Aos 18 anos, após se formar professora, desejo do pai, Maria Rita entrou para o Convento das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em São Cristóvão (SE) e anos depois voltou a Salvador (BA), onde atuou em diversas frentes da Congregação, desde cuidar da farmácia de um Sanatório, até lecionar geografia no Colégio Santa Bernadete, do Convento da Penha (Sede de sua Congregação).


Mas sua vocação pelos pobres sempre falou mais alto, o que fez com que atuasse em diversas frentes sociais na região da cidade baixa da capital baiana. Entre os seus primeiros trabalhos ligados diretamente aos pobres, está o curso primário para crianças do bairro de Massaranduba e as aulas de alfabetização para os pais de seus alunos, essas dadas no período noturno. Visitava as fábricas com o intuito de entronizar a Imagem do Sagrado Coração de Jesus e anos depois fundou a União Operária de São Francisco.


Confira o trailer do filme Irmã Dulce, de 2014:

Bianca Comparato e Regina Braga interpretaram Santa brasileira em diferentes fases de sua vida.

O filme está disponível na Netflix.


Com o tempo, as pessoas seguiam Irmã Dulce pelos lugares que ela andava, sempre carregava tercinhos de plástico, bem simples nos bolsos e entregava por quem esbarrava por seu caminho, além de sempre convidar para a Missa. Os que mais recebiam os presentes e os convites da freira, eram os que iam se alimentar diariamente no convento.


Mas e os pobres enfermos? O que fazer com tantas pessoas que sofriam de enfermidades de todos os tipos e não podiam pagar por uma assistência de saúde digna?


Com autorização da superiora, Irmã Dulce transformou uma parte bem peculiar do convento, o galinheiro, em enfermaria. Com as antigas moradoras, a freira fez uma bela canja para si e seus filhos. Hoje a antiga casa das galinhas, é o maior hospital do estado da Bahia e desde a sua fundação, atende a todos que precisarem, especialmente os mais pobres!


Irmã Dulce era uma mulher à frente do seu tempo e tem histórias com personalidades conhecidas, como o político Antônio Carlos Magalhães, o escritor Paulo Coelho e o empresário Bernardo Gradin; mas ao mesmo tempo, amava os desconhecidos, como Frei Hildebrando Kruthaup e Cícero Jesus, um de seus filhos, que obviamente não era legítimo, mas a chama ardente de mãe e que trabalha nas obras de Irmã Dulce até os dias de hoje.


"Sua cor preferida era o azul. Sua alegria era tratar os pobres com amor. Tinha medo de sapo e nas horas vagas, rezava. Seu cantor preferido era Roberto Carlos"

p. 60


Irmã Dulce também criou muitos filhos e filhas, vindos da rua e que ao cruzarem o caminho da Santa, por vezes em madrugadas frias, ela levava a criança para sua casa e passava a tratar como se fosse do seu próprio sangue. E qualquer um de seus filhos ao falar de sua mãe, eles não usam a palavra “de criação”, “adotiva”, “madrinha”, ou algo do tipo, mesmo sendo casta, virgem, Irmã Dulce foi verdadeiramente mãe de cada uma dessas crianças e até hoje é a grande mãe e padroeira dos pobres.



Abraços Literários,


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