Um livro necessário para todas as pessoas! É preciso sabermos o dia a dia de um dos grupos que mais sofre preconceito no mundo.
Quando um taxista após um dia árduo de trabalho, ao voltar para casa pega uma última passageira. Uma travesti que terminava de fumar um baseado e mostrava um endereço no celular para o motorista de onde queria ir.
Ela não imaginava que ter entrado naquele carro mudaria totalmente sua vida a partir daquele momento. Depois de algum tempo, Sasha acorda em um lugar escuro e que não conhece. Não se lembra de nada do que havia acontecido após entrar no carro do desconhecido.
"Já tinha ligado dezenas de vezes para o celular da companheira de apartamento e sabia que ela atenderia, mesmo se ainda estivesse puta por causa da briga. Não tem parentes, não tem amigos na cidade."
p. 53
Quando olha para si, se vê machucada e presa a uma espécie de banco de carro antigo. Será que aquele taxista tem alguma coisa a ver com a triste situação atual da garota de programa?
Ao longo do livro, é possível aprender os sofrimentos que as travestis sofrem em seu dia a dia, desde a infância, até o momento em que passam a se travestirem em uma sociedade regada de preconceitos e machista.
Mas a pergunta que fica é a seguinte: Como Sasha foi parar nessa casa? Será um sequestro? Será que foi abusada sexualmente? Como ela vivia antes de ter pego aquele táxi e quem estava no seu dia a dia? Quem irá sentir falta da moça?
Talvez o desejo de liberdade seja mesmo um instinto, ela pensa. Mesmo presa esteve construindo algo com ele, ganhando sua confiança e requentando a esperança de um dia libertar-se e voltar a viver.
p. 65
E o que mais fiquei curioso ao ler o título: "Por que Minha Murilo?" Já que uma palavra aparece no feminino e outra no masculino. É um pouco complicado de entender e também complexo, mas que em uma leitura cativante você irá entender.
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Sobre a autora:
Carla Bessa estudou teatro na UNIRIO e na Casa de Artes de Laranjeiras, no Rio de Janeiro. Em 1991 emigrou para a Alemanha onde trabalhou por 15 anos como atriz e diretora de teatro. Hoje, vive entre Berlim e o Rio e trabalha como tradutora literária alemão-português do Brasil e escritora. Traduziu importantes nomes da literatura contemporânea alemã para editoras brasileiras. Como autora, publicou dois livros de contos: Aí eu fiquei sem esse filho (Oito e meio) e em 2019, Urubus, pela Confraria do Vento. Em 2020, Urubus ganhou o Prêmio Jabuti na categoria Contos e ficou em 2° Lugar no Prêmio Biblioteca Nacional. Além disso, publicou contos em antologias e revistas na web e escreve regularmente resenhas para o Jornal Rascunho e para a Capitolina Revista.
Em 2021, Carla foi a ganhadora do Prêmio Anna Maria Martins de Contos, promovido pela UBE (União Brasileira de Escritores), com o conto "Lívia e o Vão".
Eu faço parte da UBE e fui um dos membros da Comissão Organizadora do concurso.
Confira abaixo a cerimônia de premiação da autora em dezembro do ano passado:
Abraços Literários,
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