Um romance que retrata – com extrema habilidade narrativa – um Brasil dolorosamente encalhado no próprio passado escravista. Um texto épico e lírico, realista e mágico.
Grande fenômeno literário entre os leitores brasileiros, Torto Arado (Editora Todavia) já virou um novo ícone de nossa história. O autor baiano que ao contar a história de duas irmãs, já ganhou diversos prêmios e esteve na lista de mais vendidos da PublishNews.
Conheça agora quatro curiosidades sobre o antes da publicação e o depois, como também um pouco da repercussão que o livro causou no Brasil e no mundo.
1) O romance surgiu a partir da tese de doutorado do autor em Estudos Étnicos e Africanos.
Obteve o título de doutor pela UFBA (Universidade Federal da Bahia) e sua pesquisa foi baseada na formação de comunidades quilombolas na Chapada Diamantina, Bahia.
2) O livro foi publicado primeiro em Portugal em 2018 e ganhou o Prêmio Leya no mesmo ano. Com isso, recebeu 100 mil euros de premiação.
Ao terminar o processo de escrita, revisão e demais responsabilidades como autor, Vieira não tinha conhecimento no mercado editorial brasileiro, mas conhecia o Prêmio Leya e desejava saber se o seu texto era bom, por ser um mundo novo para ele.
Itamar foi o segundo brasileiro a ganhar o concurso. Em 2008, o mineiro Murilo Carvalho ganhou a primeira edição do prêmio Leya com o livro “O Rastro do Jaguar”
Com Torto Arado, Itamar Vieira Junior, também ganhou o 62° Prêmio Jabuti, na categoria melhor Romance Literário e o Prêmio Oceanos 2020.
3) Como protagonistas, o autor escolheu duas irmãs, Bibiana e Belonísia, descendentes de escravizados.
Quando Bibiana encontra um objeto antigo no meio das coisas de sua avó, a vida das duas meninas se transforma e a história começa “pra valer”.
Veja um trecho abaixo:
"Quando retirei a faca da mala de roupas, embrulhada em um pedaço de tecido antigo e encardido, com nódoas escuras e um nó no meio, tinha pouco mais de sete anos. Minha irmã, Belonísia, que estava comigo, era mais nova um ano."
A narrativa acontece no sertão baiano e estão presentes na história elementos como fome, pobreza e religiosidade, essa última, o autor destaca o jarê, uma crença quase que esquecida de matriz africana.
4) O livro é dividido em três partes e cada uma delas é narrada por uma das protagonistas, com exceção da terceira (sem spoilers rsrsrs).
Jogada usada por diversos autores de renomes, Itamar usa com maestria mais esse artifício em seu romance, e mostra a visão de três personagens sobre o que vai acontecendo no desenrolar da carruagem.
Mesmo se o livro não tivesse recebido inúmeros prêmios e estampado capas de jornais e portais virtuais, um bom leitor deve dar a chance de ter Torto Arado em sua estante para saber que mesmo após mais de 300 anos da abolição à escravidão, ela ainda existe e vestígios de uma triste história do Brasil ainda é viva em alguns lugares do “nossa pátria amada”.
Sinopse de Torto Arado:
Bibiana e Belonísia são filhas de trabalhadores de uma fazenda no Sertão da Bahia, descendentes de escravos para quem a abolição nunca passou de uma data marcada no calendário.
Quando as irmãs encontram uma velha e misteriosa faca na mala guardada sob a cama da avó, ocorre um acidente. E para sempre suas vidas estarão ligadas — a ponto de uma precisar ser a voz da outra. Numa trama conduzida com maestria e com uma prosa melodiosa, o romance conta uma história de vida e morte, de combate e redenção.
Biografia do autor:
Itamar Vieira Junior nasceu em Salvador, em 1979. É geógrafo e doutor em estudos étnicos e africanos pela UFBA, e autor de Dias e A Oração do Carrasco. Recebeu, em 2020, o Prêmio Jabuti de melhor Romance Literário e o Prêmio Oceanos de Literatura com Torto Arado.
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