“O Selton Mello me abraçou como se fosse um filho dele mesmo. Tanto que a gente ficava falando sobre futebol, ele é são Paulino e eu sou flamenguista.”
Comenta o ator Guilherme Silveira durante o nosso bate-papo do #JovemEmDestaque.

Guilherme Silveira no set de filmagem de Ainda Estou Aqui | Créditos: Arquivo Pessoal
Guilherme Silveira tem 14 anos, é carioca da gema, flamenguista roxo e você já deve ter visto o seu rostinho nos últimos tempos, isso porque ele ganhou os holofotes ao interpretar Marcelo Rubens Paiva criança no fenômeno “Ainda estou aqui”. Sim, ele é aquele menino que sorri ao lado de Fernanda Torres em fotos e trailers do maior sucesso nacional dos últimos tempos. E aos que não sabem, o seu personagem é o autor do livro que deu origem ao filme e de mesmo nome.
No longa, Guilherme contracena com grandes nomes da nossa dramaturgia, como Selton Mello e a gigante Fernanda Torres, que são seus pais na trama. Além de atuar, nosso #JovemEmDestaque toca violão, piano, joga futebol (sua paixão) e futevôlei.
E mesmo este sendo o seu primeiro trabalho, nosso jovem ator encanta a todos com a naturalidade e intimidade que tem com as câmeras e com os novos espaços que vem ocupando. Abaixo, você acompanha uma conversa sincera e descontraída, que fala sobre os bastidores do filme, como Guilherme chegou até o set de filmagem e a aceitação do público pela sua atuação.
ELIAQUIM BATISTA: Guilherme, gostaria de começar o nosso bate-papo sabendo se é verdade o que as pessoas têm comentado: O filme “Ainda Estou Aqui” foi o seu primeiro trabalho como ator e, antes disso, você nunca tinha atuado? E como foi que chegou na seleção para o filme?
GUILHERME SILVEIRA: Bom, primeiro eu estava na praia brincando com meu primo, e minha família estava por lá também. Aí, do nada, chegou alguém e perguntou pro meu padrasto, achando que era meu pai, se eu poderia fazer um teste para fazer um filme do Walter Salles.
Eu e a minha mãe, ficamos meio desconfiados, sabe? A gente pensou, “É golpe!”. Só que aí conforme se deu a conversa, minha mãe começou a achar que era verdade. Então eu fiz um teste para o filme e depois, minha mãe falou: “Calma, Guilherme, calma! Pode ficar tranquilo, porque nem todos passam...”, já sendo pessimista.
Só que eu sempre tive uma autoestima muito boa. E eu achava que eu ia passar, e não é que passei mesmo?
Depois de um tempo, foi a hora de discutir qual seria o meu papel. Se seria o Marcelo ou se seria o amigo do Marcelo. E foi a mesma história... Minha mãe pedindo para eu ter calma, que era difícil, eu poderia não passar, mas aí eu passei!
E esse foi meu primeiro trabalho como ator. E por incrível que pareça, foi meu primeiro trabalho, que já foi para o Oscar e competiu em vários prêmios e que já ganhou várias competições. Sou pé quente! (Risos)
Acima, duas fotos do Guilherme Silveira na praia no dia em que foi abordado por um produtor do filme Ainda Estou Aqui. | Créditos: Arquivo Pessoal
ELIAQUIM BATISTA: Como foi dar vida ao Marcelo Rubens Paiva criança? Mesmo sendo um personagem que vimos sempre se divertindo, jogando bola ou brincando na praia, em algum momento você sentiu o peso do personagem, que é o autor do livro Ainda estou aqui?
GUILHERME SILVEIRA: O Marcelo, ele era um menino que adorava se divertir e jogar bola na praia e tal, muito brincalhão. Ele fazia brincadeirinhas o tempo todo e com todo mundo, então às vezes era um pouquinho difícil. Então nas cenas, eu não sentia tanto esse peso. Mas quando acabavam as gravações, eu voltava para casa e pensava um pouco sobre isso e via tudo que ele sofreu, por tudo que ele passou, mas mesmo assim ele era um garoto muito feliz, então nas cenas eu não sentia muito esse peso.
E era muito difícil sentir isso no set, porque a produção fazia de tudo para nós não lermos o roteiro e não saber da história, pra parecer o mais natural possível e não pensar em tudo que aconteceu com o Marcelo esse longo do tempo.
ELIAQUIM BATISTA: Foi tranquilo conciliar a escola com as gravações?
GUILHERME SILVEIRA: A princípio foi tranquilo, não teve nenhum problema assim, de perder muitas provas e tal. E a escola também ajudou com isso. Minha família contou para escola sobre o filme e tal... E quando eles ficaram sabendo, eu fazia as atividades no tempo em que eu conseguia fazer. Então foi bem tranquilo.
ELIAQUIM BATISTA: E como foi estar ao lado de grandes nomes da dramaturgia brasileira, como Fernanda Torres e Selton Mello?
GUILHERME SILVEIRA: Foi muito legal contracenar com a Fernanda Torres, o Selton Mello e todos esses atores e atrizes muito bons. A Fernanda Torres era muito legal, muito carismática, falava com todo mundo, fazia piadinhas e tal.
Mas ela teve que se concentrar muito também. Pois fazer esse papel, algumas cenas, foram muito difíceis para ela. Mas mesmo assim, ela continuava fazendo umas brincadeiras com a gente.
E o Selton Mello também. O Selton Mello fazia muita piada comigo principalmente, e também com a Cora, com a Valentina, com a Bárbara, com a Luiza, ixi... Com todo mundo. Então eles eram muito carismáticos. Sempre.
Mas a Fernanda Torres, ela teve que se concentrar muito. E por ela, ter que se concentrar muito, acabava sendo mais séria.
Mas o Selton me abraçou como se fosse um filho dele mesmo. Tanto que a gente ficava falando sobre futebol, ele é são Paulino e eu sou flamenguista. Aí a gente ficava zuando um o outro sobre futebol. Isso no meio da cena, e às vezes depois. Então era muito legal contracenar com esses dois.
Assista agora o trailer de Ainda Estou Aqui:
ELIAQUIM BATISTA: Agora, com o sucesso do filme, as belas críticas sobre a sua atuação, você pretende seguir a carreira de ator?
GUILHERME SILVEIRA: É claro que eu gostaria de seguir a carreira de ator, caso surjam outras oportunidades. E ainda mais trabalhando com todos esses atores e atrizes tão bons, me deu mais vontade de seguir, porque eles me ajudavam também em várias coisas que eu precisava.
Assim, se tinha algum erro meu na cena, eles me acalmavam, me deixavam mais tranquilo, fazendo as piadinhas que o Selton fazia. E a Fernanda todo mundo se sentir em um ambiente bem familiar.
E eu também penso em fazer cursos de teatro, como o Tablado, por exemplo. Inclusive, o Selton falou que vai me ajudar a entrar lá: “Olha, eu vou te colocar no Tablado”, e me ajudar com essas coisas da carreira.

Guilherme Silveira no Festival de Cinema de Veneza | Créditos: Arquivo Pessoal
ELIAQUIM BATISTA: Guilherme, muito obrigado pelo nosso bate-papo, amei conversar contigo e vamos torcer para conseguirmos o Oscar e também estou na torcida por sua carreira no mundo das artes!
GUILHERME SILVEIRA: Eu que agradeço pela entrevista. Estamos todos aqui torcendo para o Oscar! Minha família inteira, eu, meu amigos, o Brasil inteiro, tá torcendo por esse Oscar!!!
E quem ainda não viu, “Ainda estou aqui”, corre pros cinemas, pois você está perdendo!
Assim como eu, você quer acompanhar a carreira e a evolução do Guilherme Silveira? Siga o ator no Instagram: @guisilveira_oficial
O filme Ainda Estou Aqui recebeu três indicações ao Oscar, sendo o de Melhor Filme Internacional; Melhor Atriz, para Fernanda Torres, e Melhor Filme. A Cerimônia de premiação acontecerá no dia 2 de março, domingo, e a transmissão será feita pelo canal TNT e pelo streaming da MAX a partir das 21h.
E caso você não saiba, o longa é baseado no livro "Ainda Estou Aqui" (Alfaguara) de Marcelo Rubens Paiva e está disponível na Amazon.
Abraços Literários,

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