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Crítica | A PONTE, PEÇA DE LUCCAS PAPP

Depois de passar meses isolado em todos os sentidos, algo além daquele que nos foi imposto devido a pandemia de COVID-19, Luccas Papp retorna ao teatro de forma virtual com a peça "A Ponte", mais um de seus fantásticos textos.

Como o próprio ator revelou em seu instagram, esta é sua obra mais particular, aquela que mais têm do Luccas. Para quem acompanha o jovem, sabe por qual motivo. Em março, desse ano, o ator "pediu um tempo", um tempo para tudo e todos (com exceção dos seus mais próximos), em especial as mídias sociais, devido um tratamento psicológico e psiquiátrico.


E mesmo com espetáculos públicos proibidos, Papp é que dá um presente ao público: um monólogo sobre depressão e suicídio. De forma virtual, a narrativa apresenta o jovem músico Doni Gatt que simplesmente decide parar de viver. E vê o suicídio como única saída para sua dor.


O cantor chegou a ter seus momentos de sucesso, mas se encara como uma "sub-celebridade" e que decide subir em uma PONTE e se jogar. Não basta o triste fato, tudo será transmitido via live em uma rede social.


Antes da tragédia, o jovem decide explicar os "porquês" da decisão, enquanto alguns acreditam que nada mais é do que uma ação de marketing. Como também escolhe completar uma lista criada por ele, que consiste em seus últimos desejos de existência.


Com seu "all star" e sua mochila, o rapaz fala frases firmes para uma sociedade que não se preocupa com o próximo, com exceções passageiras como o "setembro amarelo", que poderia ser uma conscientização e que poderia ficar nos corações das pessoas durante todo o ano.


Ao mesmo tempo que se vê o lado forte, filosófico, inteligente, mostra momentos de fragilidade como uma criança que precisa de um "afago", característica de uma pessoa depressiva.


O protagonista passa por esse e outros sintomas de depressão. Cantar músicas com letras tristes e de despedida, carregar fatos do passado não resolvidos, evitar pessoas e querer ficar deitado todo o dia, são alguns exemplos. Tudo isso aumenta ainda mais baixa autoestima do personagem fã de Harry Potter e que é quase biográfico da peça.


As reações dos que acompanham a transmissão são muito variadas. Alguns querem que Doni se suicide, outros entram em desespero, mas o que mais vale a refletir são aqueles que se omitem, os que não falam nada. Mas todos fazem a mesma coisas: "Os coraçõezinhos não param de subir!" - Frase de Doni Gatt algumas vezes na peça.


Em cima de um andaime e com um acompanhamento de um dedilhado de violão durante toda a peça, Luccas Papp mistura características e sintomas da depressão com suas angústias reais que "explodem" em 2020. É uma peça urgente para todo o mundo, mesmo para os mais jovens, pois podemos estar ao lado de quem precisa de nossa mão amiga.


"Fico na torcida que a peça se estenda até o fim do ano e quem sabe em 2020 a edição do livro 'A Ponte' aconteça? E ainda quem sabe um dia Luccas não esteja aqui no blog no 'Papo com Escritor'? Que a partir desse mês também terá edições em vídeo"


LUCCAS PAPP é paulistano e formou-se em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). É professor de teatro desde os 16 anos e além de dramaturgo é diretor e produtor.


Na televisão, participou de algumas novelas, entre elas estão Seus Olhos (SBT), A Favorita (Globo), Amor e Revolução (SBT) e As Aventuras de Poliana (SBT), como o personagem “Mosquito”, que fez o rapaz ganhar notoriedade nacional. No cinema participou de Lula, o filho do Brasil, de Fabio Barreto.


Venceu três vezes o Festival de Teatro de Osasco, duas como Melhor Ator e uma como Melhor Autor. Venceu também o Festival de Teatro de Carapicuíba nas categorias de Autor, Diretor e Produtor com o texto “O Estranho atrás da porta”.


Foi o mais jovem cidadão condecorado com a Medalha Raposo Tavares, maior honraria concedida a nascidos em Osasco ou que tenham escolhido a cidade para viver.


Recentemente, Papp foi matéria da revista Veja São Paulo e foi elogiado como “artista versátil”. Na Revista Forbes, foi eleito um dos 90 jovens antes de 30 anos mais influentes do Brasil, o prêmio é dividido em categorias e ele foi citado na categoria Artes Dramáticas.


Aqui no blog, tivemos diversas matérias do trabalho de Luccas:



Adquira já o seu ingresso para a peça A PONTE, de Luccas Papp em: SYMPLA


Por Eliaquim Batista

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